Mostrando postagens com marcador Introdução. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Introdução. Mostrar todas as postagens

Onde celebramos?

Mais uma vez vamos nos encontrar para conversar brevemente sobre a Sagrada Liturgia. Vamos falar de onde se celebra, e indicar algumas características mais visíveis da igreja enquanto templo, lugar do culto cristão.

Antes de iniciarmos rezemos: Ó Deus, que edificais o vosso templo eterno com pedras vivas e escolhidas, infundi na vossa Igreja o Espírito que lhe destes, para que o vosso povo cresça sempre mais construindo a Jerusalém celeste. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

A igreja-templo é o lugar próprio da celebração da Sagrada Liturgia. Tem diversas características:, é ‘sinal da presença de Deus e da Igreja no mundo’; ‘lugar da acolhida e do diálogo sincero’; lugar do encontro entre Deus e Seu povo, e das pessoas entre si’; ‘lugar da festa e alegria, onde celebra-se o Mistério Pascal de Cristo’.

A igreja é sinal da presença de Deus. Representa concretamente a morada de Deus no meio do seu povo. Deus que quis mostrar-se próximo pela vida de Jesus, permanece junto do seu povo. Jesus consola sua Igreja dizendo “eis que estarei com vocês todos os dias até o fim dos tempos” (Mt 28,20).

A presença da igreja-templo é um modo de que o Povo de Deus dispõe para glorificar a Deus, é expressão do reconhecimento dessa presença que eleva e santifica o homem. No número 7 da Sacrossanto Concilium lemos:  “Cristo está sempre presente na sua Igreja, especialmente nas ações litúrgicas. (...) Em tão grande obra, que permite que Deus seja perfeitamente glorificado e que os homens se santifiquem, Cristo associa sempre a si a Igreja, sua esposa muito amada, a qual invoca o seu Senhor e por meio dele rende culto ao Eterno Pai.” Assim, a igreja-templo tem seu papel no cumprimento das funções da Sagrada Liturgia de glorificar a Deus e Santificar as pessoas.

Este sinal da presença de Deus não atinge apenas os fiéis. Chega a todas as pessoas que vivem ou que passam pela região onde está a igreja. O próprio Jesus dizia: “Vocês são a luz do mundo. Não pode ficar escondida uma cidade construída sobre um monte.  Ninguém acende uma lâmpada para colocá-la debaixo de uma vasilha, e sim para colocá-la no candeeiro, onde ela brilha para todos os que estão em casa.  Assim também: que a luz de vocês brilhe diante dos homens, para que eles vejam as boas obras que vocês fazem, e louvem o Pai de vocês que está no céu.” (Mt 5, 14-16)

A presença da igreja-templo é um modo de fazer a Luz de Deus chegar a todas as pessoas, mesmo àquelas que não se dispuseram a responder o chamado do Senhor. É também um forte testemunho, lembrança de que Deus deseja que haja justiça no meio do seu povo. Pela Sagrada Liturgia realizada na igreja, Cristo age como sacerdote, elevando a humanidade a Deus e dispensando os dons de Deus para o seu povo através do seu corpo Místico. A igreja é o lugar onde o Corpo Místico de Cristo se faz visível onde o presidente da celebração age como o Cristo Cabeça e a assembléia como seu Corpo.

Como lugar onde a ação do Corpo Místico de Cristo se mostra visível, a igreja é lugar da acolhida e do diálogo sincero. Como casa de Deus é também casa de seus filhos adotivos. Ir à igreja torna-se então como voltar à casa do Pai, voltar ao seu abraço acolhedor. Neste lugar acontece o encontro dos filhos com o Pai e dos filhos entre si. As duas dimensões da liturgia se realizam na igreja, a vertical, o ser humano busca a Deus e o encontra, sente-se acolhido, sente-se em casa; e Deus que chama, recebe aqueles que ele escolheu e concede-lhes Sua Graça e Sua Benção. A dimensão horizontal da liturgia realiza-se no encontro fraterno entre os irmãos, entre os membros do corpo de Cristo.

Por isso a igreja, torna-se lugar da realização da comunhão. Comunhão de Deus com seu povo e comunhão do povo entre si como Igreja Militante, que caminha rumo ao Reino do  Senhor. Na igreja, este povo que busca apoiar-se mutuamente para continuar caminhando, é animado pela Palavra de Deus, alimentado pela Sagrada Eucaristia, ungido com o óleo da proteção e santificação, volta ao caminho e é perdoado de seus pecados. Alimentado, fortalecido o Povo de Deus pode voltar à caminhada do dia-a-dia manifestando a presença do Senhor.

A igreja templo é lugar da festa e da alegria. É lugar da celebração do Mistério Pascal que é atualizado em cada celebração. É o próprio Cristo que rompe as barreiras da morte, faz desaparecer as trevas do mal e da injustiça. Essa é a grade alegria e a grande festa, o Mistério Pascal torna-se presente no nosso tempo, na nossa vida. A igreja-templo é o lugar da ‘pausa restauradora na caminhada rumo ao céu’, pausa na qual a vida-paixão-morte-ressurreição de Jesus promove a união com Deus e com os irmãos. Ao festejar a maravilha da redenção, o que celebramos torna-se pauta para o que vamos viver. A festa da ressurreição ilumina o caminho e nos faz caminhar juntos construindo o Reino já aqui, em direção ao Reino definitivo.

Como novo Povo de Deus nossa vida de fé também se faz como uma caminhada. Caminhamos ao encontro do Senhor.  Assim, ir à igreja-templo é símbolo da caminhada que fazemos no nosso dia-a-dia, “também sou teu Povo, Senhor, estou nesta estrada, cada dia mais perto, da terra esperada”.

Ir à igreja, caminhar até ela, torna-se, também uma experiência de fé, é uma forma de expressar nossa busca pela presença de Deus. Canta o salmista: “Que alegria quando ouvi que me disseram  vamos à casa do Senhor. E agora nossos pés já se detêm,  Jerusalém, em tuas portas. (Salmo 122, 1-2)”. Como é bom avistar de longe as portas abertas, chegar à igreja, sentir-se acolhido por Deus e pelos irmãos.

As portas abertas representam o sinal de que este é um Lugar onde não há restrição para a entrada. Lugar onde todos podem entrar e se colocar na presença de Deus. Quando peregrino em um lugar desconhecido não há nada melhor do que encontrar as portas abertas de uma igreja, sentar por ali, conversar com Deus, refazer-se do cansaço, observar as paredes, pinturas, imagens, presbitério, ver como as pessoas entram, caminham, sentem-se em casa.

Para terminar convido você a recitar o Salmo 83(84):
 (se quiser ouvir clique aqui)

–2 Quão amável, ó Senhor, é vossa casa, *
† quanto a amo, Senhor Deus do universo!
–3 Minha alma desfalece de saudades *
e anseia pelos átrios do Senhor!
– Meu coração e minha carne rejubilam *
e exultam de alegria no Deus vivo!

=4 Mesmo o pardal encontra abrigo em vossa casa, †
e a andorinha ali prepara o seu ninho, *
para nele seus filhotes colocar:
– vossos altares, ó Senhor Deus do universo! *
vossos altares, ó meu Rei e meu Senhor!

–5 Felizes os que habitam vossa casa; *
para sempre haverão de vos louvar!
–6 Felizes os que em vós têm sua força, *
e se decidem a partir quais peregrinos!

=7 Quando passam pelo vale da aridez, †
o transformam numa fonte borbulhante, *
pois a chuva o vestirá com suas bênçãos.
–8 Caminharão com um ardor sempre crescente *
e hão de ver o Deus dos deuses em Sião.

–9 Deus do universo, escutai minha oração! *
Inclinai, Deus de Jacó, o vosso ouvido!
–10 Olhai, ó Deus, que sois a nossa proteção, *
vede a face do eleito, vosso Ungido!

–11 Na verdade, um só dia em vosso templo *
vale mais do que milhares fora dele!
– Prefiro estar no limiar de vossa casa, *
a hospedar-me na mansão dos pecadores!
–12 O Senhor Deus é como um sol, é um escudo, *
e largamente distribui a graça e a glória.
– O Senhor nunca recusa bem algum *
àqueles que caminham na justiça.
–13 Ó Senhor, Deus poderoso do universo, *
feliz quem põe em vós sua esperança!

 – Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *

Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Que povo é esse?

Que povo é esse?

Vamos iniciar rezando: “Inspirai, Senhor, as nossas ações e ajudai-nos a realizá-las, para que em vós comece e termine tudo aquilo que fizermos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.”

No último artigo falamos do termo Liturgia que vem de duas palavras que significam aproximadamente ‘povo’ e ‘ação’. Dissemos que quem age na liturgia é, em primeiro lugar o Deus Trindade. Em resposta a essa ação a assembléia presta um culto de louvor e adoração a Deus.

Neste artigo vamos falar brevemente do ‘povo’. Mas que povo é esse? Como diz a carta de São Pedro; este é o Povo “escolhido de acordo com a presciência de Deus Pai e através da santificação do Espírito, para obedecerem a Jesus Cristo e serem purificados pelo seu sangue.” (1Pd 1, 2)

Deus escolheu um povo para ser herdeiro de sua aliança. Com Jesus a aliança estendeu-se até os confins da terra e foi oferecida a todas as pessoas. Na história do Povo de Israel a Igreja de Cristo já estava sendo preparada, e tudo se encaminha para a Nova e Eterna Aliança feita com a oferta da vida de Cristo, Cordeiro Imolado pela vida de muitos.

Este povo escolhido é convocado, é chamado para seguir Jesus, para encontrar a Salvação oferecida pelo Pai. Assim nos diz o catecismo da Igreja Católica no número 1097: “ Na liturgia da Nova Aliança, toda ação litúrgica, especialmente a celebração da Eucaristia e dos Sacramentos é um encontro entre Cristo e a Igreja”. É o Senhor que vem ao encontro daqueles que Ele mesmo escolheu, daqueles que buscam lavar e alvejar suas vestes no sangue do Cordeiro.

Este povo torna-se uma Assembléia Litúrgica, uma Igreja Viva ao manifestar sua fé, ao reconhecer o Mistério Pascal de Cristo, os desígnios do Pai na História da Salvação e a força Santificadora do Espírito. Este povo torna-se Assembléia Litúrgica, sendo um Povo Sacerdotal que, convocado pela Palavra, que é o próprio Cristo, se reúne para celebrar o Mistério Pascal.

Outra marca deste povo é sua comunhão. São aqueles que buscam ser assíduos na comunhão fraterna. Esta comunhão nasce do Mistério da comunhão da Trindade Santa. Esta comunhão é expressa simbolicamente como a comunhão do Corpo de Cristo, em que cada membro, parte do corpo, coopera para o bem do todo. Cristo é a cabeça, sinalizada na Assembléia litúrgica por quem preside. É de Cristo que todo o corpo sacerdotal, a Assembléia Litúrgica, recebe toda dignidade e Ofício.

Para terminar, vamos citar novamente a primeira carta de Pedro, confirmando que este povo é o Povo Eleito, escolhido e chamado por Deus e que quis responder sim ao chamado. Um povo que fez opção de fé de configurar-se a Cristo.

“Aproximem-se do Senhor, a pedra viva rejeitada pelos homens, mas escolhida e preciosa aos olhos de Deus. Do mesmo modo, vocês também, como pedras vivas, vão entrando na construção do templo espiritual, e formando um sacerdócio santo, destinado a oferecer sacrifícios espirituais que Deus aceita por meio de Jesus Cristo. Vocês, porém, são raça eleita, sacerdócio régio, nação santa, povo adquirido por Deus, para proclamar as obras maravilhosas daquele que chamou vocês das trevas para a sua luz maravilhosa. Vocês que antes não eram povo, agora são povo de Deus; vocês que não tinham alcançado misericórdia, mas agora alcançaram misericórdia.” (1Pd 2, 4-5;9-10”
Rezemos para terminar: “A vossa proteção recorremos Santa Mãe de Deus, não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades, ó Virgem gloriosa e bendita.”  E cantemos:

Povo De Deus Foi Assim

Autor: L.: J. Thomaz Filho / M.: Frei Fabretti

1. Povo de Deus, foi assim: Deus cumpriu a palavra que diz: "Uma virgem irá conceber", e a visita de Deus me fez mãe! * Mãe do Senhor, nossa mãe, nós queremos contigo aprender * A humildade, a confiança total, e escutar o teu Filho que diz:

Senta comigo à minha mesa, * nutre a esperança, reúne os irmãos! * Planta meu reino, transforma a terra, * mais que coragem, tens minha mão!

2. Povo de Deus foi assim: nem montanha ou distância qualquer * Me impediu de servir e sorrir. Visitei com meu Deus. Fui irmã! * Mãe do Senhor, nossa mãe, nós queremos contigo aprender * Desapego, bondade, teu sim, e acolher o teu Filho que diz:

3. Povo de Deus, foi assim: meu menino cresceu e  entendeu, * Que a vontade do Pai conta mais, e a  visita foi Deus quem nos fez. * Mãe do Senhor, nosso mãe, nós queremos contigo aprender * A justiça, a  vontade do Pai, e entender o teu Filho que diz:


4. Povo de Deus, foi assim: da verdade jamais se  afastou. * Veio a morte e ficou nosso pão. Visitou-nos  e espera por nós! * Mãe do Senhor, nossa mãe, nós queremos contigo aprender * A verdade, a firmeza, o perdão, e seguir o teu Filho que diz:

Liturgia é ação de quem?

Neste segundo pequeno artigo vamos concentra-nos na liturgia como uma ação. De onde vem este sentido? Do próprio termo liturgia, pois, originou-se de duas palavras que significam, aproximadamente, ‘povo’, e ‘ação’. Vamos falar primeiramente da ação. No próximo artigo falaremos sobre o ‘povo’.
Estas pequenas indicações que daremos são muito importantes, pois, nos ajudam a entender quem age na liturgia. Em primeiro lugar Deus é quem age na liturgia. A ação humana é uma resposta à ação de Deus. É importante que isso fique bem claro para que ninguém pense que é o responsável pelo que acontece na liturgia; para que ninguém se ache ‘dono’ ou ‘mestre’ da liturgia.
Deus age na liturgia como Trindade Santa. A liturgia tem como principal característica a comunhão. Da comunhão das Pessoas da Santíssima Trindade é que vem a comunhão da assembléia reunida. Dos diversos modos de agir de cada pessoa da Santíssima Trindade na liturgia é que vem o modelo para os diversos ministérios e serviços dos membros do Corpo Místico de Cristo na Sagrada Liturgia.
A iniciativa na liturgia é de Deus Pai. Ele que tudo criou por amor, cuida de tudo e de todos, expressa seu carinho e proteção falando pela Sua Palavra Sagrada, oferecendo Seu Filho como Sacrifício, recebendo-O como Oferta Agradável, enviando o Espírito Santo, para consagrar, iluminar e santificar. É o Pai que convoca a assembléia, ele faz e confirma a Aliança com Seu Povo. É o Pai que envia cada uma, e cada um como sinal de sua presença no meio do mundo.
O Filho é quem instaurou a nova Aliança, tornando-se ao mesmo tempo Sacerdote, Altar e Cordeiro. Ele, enviado pelo Pai, assume a condição humana, para poder elevar a humanidade. A Vida, Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus são o centro de toda a Sagrada Liturgia. É o Filho Cabeça que preside seu Corpo Místico, assembléia reunida. Em cada sacramento da igreja, em suas ações litúrgicas específicas é o Filho quem rende graças e eleva as preces de louvor como Cabeça do seu Corpo que é a Igreja.
O Espírito Santo move a Igreja. Na liturgia, é Ele quem faz chegar a convocação de Deus para reunir a Assembléia. O Espírito é que move os corações dos fiéis para que sejam um só coração e uma só alma no culto de louvor e adoração a Deus. O Espírito confirma a unidade do Corpo Místico, a Igreja, com a Cabeça que é o Cristo. Enviado por Deus Pai, o Espírito vem em socorro da humanidade. É ele que vem santificar as oferendas, conferir ao óleo a força de unir ao Corpo de Cristo no batismo, de inspirar e iluminar a mente e o coração do fiel na Crisma, e de restaurar a saúde na Unção dos enfermos. O Espírito é que vem em socorro da fragilidade humana quando é ungida a mão de um novo presbítero dotando-o de ‘poder-para-servir’, trabalhar pelos irmãos; vem em socorro da fragilidade quando é ungida a cabeça de um novo Bispo, dotando-o da sabedoria necessária para guiar uma porção do Povo de Deus.
Deus é quem em primeiro lugar age na liturgia. Mas Ele deseja a colaboração de todos. Por isso, Ele espera a resposta generosa daqueles que formam o Corpo Místico de Cristo. Assim como a Trindade tem seus modos de agir particulares, além da ação em comum, também a Assembléia tem momentos de ação comum e ministerial.
Como Assembléia reunida age, conformando-se ao Cristo Cabeça. Deixando de lado as diferenças, assumindo a unidade e o cuidado mútuo. Em vários momentos das ações litúrgicas a assembléia expressa sua comunhão. Na tradução para o português a resposta da motivação do prefácio que segue expressa bem essa união e comunhão: quando quem preside motiva: “Corações ao alto.” A resposta da assembléia é de unidade e comunhão: “Nosso coração está em Deus”. Neste momento não é o coração de cada um que se volta a Deus, mas o coração da comunidade, assembléia reunida, tornando-se um só coração e uma só alma.
Dentro da comunhão do Corpo Místico de Cristo, cada membro desempenha seu papel para que a ação litúrgica seja uma resposta fiel ao chamado de Deus. E os ministérios são muitos e diversos, presidência, canto, acolhida, preparação, leitores, salmistas, acólitos...etc....

Terminamos confirmando que quem age na liturgia é em primeiro lugar Deus-Trindade. O ‘povo’ recebe o chamado, responde, dá graças a Deus, se compromete.


Liturgia, introdução à vivência litúrgica

Olá! Gostaria de convidar você para fazer uma caminhada comigo. Vamos conversar sobre a Sagrada Liturgia, e mais ainda, sobre sua vivência.
Nem sempre temos tempo para ler grandes textos disponibilizados na Internet. Por isso, resolvi escrever brevíssimos artigos. Conversaremos sobre a experiência do Mistério Pascal de Cristo na Liturgia.
Antes de iniciarmos, reze comigo a oração sobre as oferendas do segundo domingo comum:

“Concedei-nos, ó Deus, a graça de participar constantemente da eucaristia, pois, todas as vezes que celebramos este sacrifício, torna-se presente a nossa redenção. Por Cristo, nosso Senhor. Amém”
Como este é um artigo inicial, gostaria de tocar num assunto que penso ser essencial no que diz respeito ao aprofundamento da vivência da Sagrada Liturgia. Quando desperta o interesse por conhecer mais a Liturgia, as primeiras perguntas referem-se quase que exclusivamente a “como” é que se faz. Assim as perguntas são parecidas com: “isso é certo ou errado?”, “este gesto faz-se desta ou daquela forma?”, “tal coisa é litúrgica?”, “a cruz fica virada pro povo ou para o padre?”, “em tal hora faz-se a vênia ou genuflexão”; e por aí vai.
Este tipo de pergunta diz respeito apenas a como é que se faz algo na liturgia. Restringe-se ao que é superficial, aparente. Tais perguntas podem ser respondidas, em sua quase totalidade quando respondemos a outras perguntas tais como: “o que”, “quem”, “quando”...
Se queremos seguir um caminho que nos faça conhecedores da Sagrada Liturgia, a primeira questão não é como fazer, não é se isso é litúrgico ou não. A primeira coisa a se perguntar é “o que” é isso que se faz na liturgia. Qual o significado e o sentido da liturgia e do que se faz numa ação litúrgica.
A resposta geral para essa pergunta poderia ser: ‘a liturgia é a memória do Mistério Pascal de Cristo’. E essa resposta se desdobra em cada ação litúrgica, cada gesto, símbolo e sinal. Tudo na liturgia mostra o Sacrifício Pascal de Cristo e pode ser explicado por ele.
A primeira preocupação não deve ser se isso é certo ou errado na liturgia. O mais importante é experimentar e participar da celebração da memória do Mistério Pascal. Proponho a você um exercício de observação, nas próximas ações litúrgicas em que você for participar, procure perceber o que é celebrado, procure perceber o sentido e o significado de tudo o que é feito.

Uma segunda pergunta seria quem faz isso ou aquilo na liturgia. A partir dela é que vamos desenvolver o próximo artigo. Vamos partir das significado das palavras que juntas formaram a palavra Liturgia: ação e povo. Liturgia é Ato, Ação. Convido você a seguir caminho comigo, vamos subir ao cume e beber da fonte da vida cristã que é a Liturgia como diz o Concílio Vaticano II:

"A Liturgia é simultaneamente o cume para o qual se encaminha a acção da Igreja e a fonte de onde dimana toda a sua energia." SC 10